Saudades

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Lá estava eu numa Bienal do Livro, em Salvador  e encontro uma colega de escola de cerca de vinte anos atrás. Numa rapidez incrível, lembrei de como aquele encontro casual era de tamanha importância para mim. Por que? Porque -lembrei de imediato- foi aquela garota de há vinte anos atrás que me deu um dos maiores incentivos para a minha carreira profissional. Atente para isso e perceba se tenho razão: éramos adolescentes decentes na década de 80 e num lindo final de ano letivo, ensolarado e festivo, estávamos questionando o que fazer para a despedida, pois íamos todos para lugares diferentes a fim de completar os estudos. Sentei num degrau da escada, por onde subíamos para as salas de aulas, pensativo, escrevendo, e ela chega, Vânia Eufrásia Brito, me entrega um envelope em papel colorido e um bilhete. Abri o papel para ler e dizia mais ou menos assim, que ali, naquele embrulho, tinha algo que seria importante para que eu mostrasse que sabia fazer bem o que tanto gostava e dedicava, então, curioso, antes de terminar de ler o bilhete, abri o envelope e eis uma camiseta branca! Voltei a ler o bilhete. Dizia que ali eu podia começar a mostrar a minha habilidade de desenhar e pintar, pois, durante os quatro anos em que estudamos juntos, o que eu mais fazia era desenhar em qualquer superfície, inclusive capas de trabalhos escolares a pedido dos meus colegas. O bilhete era concluído assim: 'Quando você terminar de ler esse bilhete não estarei mais aqui, mas sei que você vai fazer a sua arte brilhar.' Levantei-me rapidamente e olhei em volta, mas não a vi. Saí correndo pelos corredores da Escola Reitor Miguel Calmon -Sesi, no Retiro e quando cheguei aos portões, Jorge, o nosso porteiro-amigo disse que ela já havia partido. Fiquei ali parado, olhando para a rua, com os olhos cheios de lágrimas de alegria e saudade. Aprendemos a ser amigos e a ter amigos nesse lugar, onde uma Nilzete era chamada diretora, mas era uma familiar para nós; onde um Carlito Brito era chamado diretor, mas parecia mais um pai e um instrutor religioso do que um homem que administrava. Os nossos colegas eram nossos irmãos e lembro ainda o nome completo de alguns deles, como Paulo Henrique B. de Paula e sua irmã, Cristina, Milton Calumbi Filho, Jorge Antônio, Célio Cruz, Eliel N. Sueiro, Eliana Costa Pinto (em memória), Gercília Vidal dos Santos, Lara Passos Chagas, Maria Aparecida, Ana Paula (nossa miss), Elias C. Santana (lobinho), Ana Gilda, Edilene, dentre tantos que ainda lembro como se fossem parte da minha família. Essa escola, onde tinha uma professora que realmente ensinava, chamada Walmira e outros educadores que faziam seus trabalhos com prazer, como Marli, Pedro Paulo, Santana e também as matérias que nos faziam valorizar mais as pessoas e os lugares, como OSPB, Educação Moral e Cívica, Música, Artes e Educação para o lar. Que Sesi, viu!?
Por isso, SAUDADES.
Vânia hoje é uma decoradora, arquiteta bem sucedida. Os outros colegas tenho poucas ou nenhuma notícia. Há pouco mais de um mês encontrei Paulo no Cabula e Célio na ladeira do São Gonçalo do Retiro, há cerca de um ano, de quem soube que Gercília e Lara trabalhavam na Justiça Federal. Encontrei Eliel trabalhando numa loja de departamentos num Shopping.
Jeová me deu bons pensamentos acerca das amizades que eu deveria ter e creio que sempre tive poucos e bons amigos.
Hoje tenho amigos confiáveis, irmãos e verdadeiros. (Provérbios 14:20, 18:24; Lucas 16:9; João 15:13; Tiago 2:23, 4:4)
Que o nosso maravilhoso e excelso Deus Jeová nos dê um bom dia de alegria e demais frutos do Seu espírito santo, muita paz e reflexão e respeito em nome de nosso Senhor Jesus Cristo!

                                                                       Joca Vitorino

Pensamento: "Tenho visto tudo durante os meus dias vãos. Há o justo perecendo na sua justiça e há o iníquo continuando longamente na sua maldade." (Bíblia-Eclesiastes 7:15)

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